A indústria aeronáutica é considerada um setor de alto valor acrescentado para a economia [Hausmann et al. 2011]. Vários países têm procurado desenvolver o setor aeronáutico como parte dos esforços para o desenvolvimento da indústria nacional. Alguns exemplos incluem a Argentina no final da década de 1920, a Indonésia na década de 1970 e, mais recentemente Portugal e os Emirados Árabes Unidos. Estes esforços são motivados pelo reforço do prestígio internacional, o aumento da autossuficiência militar, mas sobretudo o desenvolvimento económico [Eriksson 2003]. O racional orientador desta medida assenta na lógica de que a produção de aeronaves pode desencadear o estabelecimento de fornecedores de componentes e sistemas aeronáuticas nas imediações do fabricante, fomentando a criação de emprego, a capacitação das empresas e o crescimento económico das regiões [Niosi e Zhegu, 2005]. Outra expetativa é a de que os efeitos benéficos transcendam deste para outros setores industriais, na forma de externalidade positiva.
Contudo, a produção de aeronaves é tecnologicamente complexa e altamente intensiva em capital [Hickie, 2006; Vértesy, 2011], sendo comum o seu insucesso. Por exemplo, tanto a Argentina como a Indonésia tentaram produzir aviões localmente e ambos continuam a lutar para alcançar sucesso comercial [Vértesy, 2011]. Diversos fatores contribuíram para estas dificuldades, nomeadamente escassez de apoio governamental consistente a longo prazo, dificuldades nas exportações, problemas de qualidade e fiabilidade [Goldstein, 2002; Hira and Oliveira, 2007]. Deste modo importa compreender como é que as empresas aeronáuticas têm alcançado sucesso, para ajudar a orientar políticas industriais com o objetivo de desenvolver uma indústria aeronáutica.
A teoria do crescimento de empresas determina que as empresas passam por diferentes estágios de desenvolvimento: a empresa é criada como uma entidade legal, depois cresce através de múltiplos desafios e crises, e finalmente amadurece, declina ou é absorvida por outras entidades [Scott and Bruce, 1987; Gupta et al., 2013].
Anabela Reis e Joana Mendonça
Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, IN+Instituto Superior Técnico
Universidade de Lisboa
Para ler o artigo completo faça a subscrição da revista e obtenha gratuitamente o link de download da revista “robótica” nº115. Pode também solicitar apenas este artigo através do email: a.pereira@cie-comunicacao.pt
Outros artigos técnicos
- Artigo “Soluções de gestão de produção – aplicações práticas de Indústria 4.0” da edição 116 da revista “robótica”;
- Dossier” Máquinas e linhas de produção” da edição 118 da revista “robótica”;
VOCÊ PODE GOSTAR
-
Airbag e a importante combinação com outros dispositivos de segurança em veículos – 1ª parte
-
Redesenhar profissões do setor metalomecânico
-
Fatores que influenciam o rigor dimensional nos processos de fabrico por arranque de apara – 1ª Parte
-
Produtividade, conhecimentos e competências
-
A crescente carência de profissionais qualificados no setor metalomecânico