A Comissão Técnica CT 40 – “Máquinas, robots e automação industrial, aspetos de segurança” organizou, a 29 de novembro, um encontro online, onde peritos técnicos nacionais e internacionais discutiram e deram a conhecer o estado da Normalização no campo das máquinas, robots e da automação industrial. O evento começou com as boas-vindas por parte de Hernâni Rodrigues.
O Diretor do serviço de assistência técnica da F.Fonseca e vogal desta comissão, explicou que o evento anual da CT 40 iria ser dividido em 3 línguas: português, espanhol e inglês, mostrando a relevância internacional do certame. Cerca de 60 pessoas ouviram Alberto Fonseca falar sobre a “Normalização de segurança de máquinas com fator de competitividade”. “O acesso ao mercado das máquinas está regulado, no caso da EU, por diretivas”, explicou o engenheiro, referindo que as regras para o mercado europeu são diferentes das regras para o mercado internacional, referindo ainda que os mercados internacionais estão cada vez mais a adaptar procedimentos de Normalização.
Por sua vez, Ana Monteiro, da IAPMEI, falou sobre o presente e o futuro da diretiva “máquinas”. Prevê-se que a proposta apresentada em 2021 seja adotada. Nela, estão implicadas alterações como a mudança de Diretiva para Regulamento, a simplificação e aplicação uniforme da mesma.
A primeira participação internacional, a convite da F.Fonseca, foi a de Steven Liu, Consultor de segurança sénior da SICK na Ásia e Oceânia. O engenheiro falou sobre a Normalização e a Legislação de segurança de máquinas na China, Austrália e Singapura. Enquanto na Europa é usada a marcação CE e as normas EN, na China existe o CCC “China Compulsory Certification” e dependendo do caso as normas poderão ser Normas Nacionais obrigatórias (GB) ou as Normas Nacionais de aplicação voluntária (GB/T). Esta Normalização garante que os requisitos impostos pela legislação sejam cumpridos, estando dividido em 4 níveis hierárquicos, normas nacionais, profissionais, locais (provinciais) e empresariais.
A NORMALIZAÇÃO NA PRÁTICA
Depois de uma curta pausa, foi a vez de Filipe Silva falar sobre a Normalização aplicada ao desenvolvimento mecânico do produto. O engenheiro de desenvolvimento de produto apresentou um caso de estudo prático, onde mostrou que para desenvolver um produto é preciso ter em conta a Normalização. Filipe Silva explicou como as normas adequadas podem influenciar o projeto do produto.
Mario Rebolledo Wueffer, Consultor de segurança sénior da empresa SICK-AG, foi o orador responsável por falar de cibersegurança. Começou por diferenciar o termo “safety” do termo “security”, que podem ser traduzidos para o português da mesma maneira: segurança. No entanto, Mario Rebolledo Wueffer definiu os termos como segurança e proteção respetivamente. De forma a clarificar de uma maneira simples explicou que o termo “safety” se refere a ameaças contra os humanos e o “security,” contra os ativos / máquinas, entre outros. Segundo o Consultor, a análise de risco é fundamental. Casual, violação intencional, sofisticado e altamente sofisticado são os níveis de ataques existentes e as empresas devem estar atentas às suas vulnerabilidades, mencionou.
A última apresentação ficou a cargo de Maria João Graça, diretora do IPQ. Em jeito de convite para se juntarem ao Instituto, a engenheira falou sobre a missão da normalização. De acordo com a Diretora, não há razões para ninguém ficar de fora da Normalização porque ela interessa a todos.
O evento online terminou com um espaço reservado para questões, onde se falou de robots e a sua possibilidade de customização. Este certame, organizado em parceira com a F.Fonseca, contou com a presença de vários vogais da CT 40, organização coordenada pelo CATIM (Organismo de Normalização Setorial), com reconhecimento IPQ – Instituto Português da Qualidade. Depois da reformulação aprovada em 2022, que resultou na mudança do nome da organização, a CT 40 passou a ter o título de Máquinas, robots e automação industrial, aspetos de segurança, foram ainda criadas 4 novas subcomissões, são estas a CT 40/SC1-Segurança de máquinas, a CT 40/SC2 – Robots e automação, a CT 40/SC3 – Máquinas-Ferramenta para trabalhar metal e a CT 40/SC4 – Máquinas-ferramenta para trabalhar madeira, passando a seguir novos Comités Técnicos Europeus e Internacionais neste âmbito de trabalhos.