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produtividade no setor metalomecânico

O fabrico digital e a baixa produtividade no setor metalomecânico

Não podemos continuar a conjugar as tecnologias atuais com métodos de trabalho e conceitos do século passado.

O setor metalomecânico vive atualmente, nas suas diferentes atividades operacionais, uma gritante falta de produtividade, impercetível para um observador comum. É urgente redefinir os métodos de trabalho e sobretudo reajustar o mapa de competências das diversas profissões associadas ao setor.

Não podemos continuar a conjugar as tecnologias atuais com métodos de trabalho e conceitos do século passado. Este problema está a arrastar o setor metalomecânico para uma necessidade constante de contratação de mão-de-obra para compensar a sua baixíssima produtividade. É imprescindível a aplicação de um plano de qualificação global aos profissionais do setor para ajustar as suas competências às necessidades exigidas pela tecnologia atual. Este setor está muito suportado pelas tecnologias subtrativas (fabrico por arranque de apara), e assim será até à entrada das tecnologias baseadas no fabrico aditivo. Por este motivo, o setor deve estar focado na maximização da produtividade das tecnologias convencionais de forma s fazê-las perdurar no tempo relativamente ao seu uso. Um setor metalomecânico baseado no fabrico aditivo é, neste momento, uma incógnita, relativamente à manutenção no nosso setor na ribalta europeia e mundial.

É ingénuo o pensamento que esta baixa produtividade não tem consequências, é óbvio que tem e isso revela-se sobretudo na crescente procura de mais e mais mão-de-obra e também na forma esmagadora como se reflete nos salários médios auferidos no setor metalomecânico. Precisamos de mais mão-de-obra, sim, mas com um novo leque específico de competências. Apostar no mesmo tipo de qualificação de base não vai resolver a questão mais premente do setor, a sua baixa produtividade. Estamos numa fase do Do or Die, mais que apostar na entrada de novos profissionais na indústria, precisamos sobretudo de um gigantesco plano de requalificação dos profissionais no ativo.

É premente desenhar os novos mapas de competências para cada profissão e ajustar a nossa formação de base e essas novas competências. Os diferentes cursos, de longa duração, não conferem todas as competências exigidas por cada uma das profissões, é necessário elaborar planos individuais de formação que colmatem essas lacunas. Os RH’s das empresas devem ser uma parte ativa em todo este processo. Estas grelhas de competência servirão de guia na seleção de novos profissionais ou para elaborar planos de formação individual.

Américo Costa
Departamento de Formação do CENFIM

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