Tornou-se por demais evidente que o que assumimos como concreto hoje não o será, ou poderá ser, amanhã. Hoje controlamos, achamos nós, todos os parâmetros da nossa vida, influenciando, de algum modo a dos outros, não só pelas nossas decisões, mas, principalmente, pela postura que assumimos perante a adversidade. O enclausuramento a que fomos cometidos tornou-se num meio de dinamização de capacidades que, embora existente, estariam latentes quer ao nível industrial quer humano. Naturalmente que o estar confinado nos despertou para a reinvenção de modos de vida pouco explorados. A manutenção deste novo viver “digital”, sim porque estamos a reaprender a viver, nos levou para caminhos pouco cogitados. Este viver “digital” a que apelidamos, carinhosamente, de teletrabalho só se tornou possível graças a toda a tecnologias da informação e comunicação (TIC), nomeadamente o IoT, que proliferam no mundo industrial bem como no pessoal “at home”. É esta a base de suporte do que chamamos de Indústria 4.0 que nos possibilita, “estar onde não podemos estar”, nos permite a digitalização, o Big Date, a nuvem e a integração de soluções ERP e sistema MES.
O Enterprise Resource Planning (ERP) fornece-nos informações sobre o estado dos inventários, ritmos de produtividade, KPIs de manutenção bem como uma basta gama de informação fundamentais para a tomada de decisão. No entanto, se dúvidas havia quanto à necessidade de um controlo mais eficiente da operacionalidade e da flexibilidade das organizações face às necessidades específicas da procura, dir-se-ia que se esfumaram perante uma crise “covideana”, invisível que paralisou os sistemas industriais e comerciais. A procura de soluções que sejam capazes de responder perante situações que exigem uma dinâmica completa de toda a cadeia produtiva abrem-nos portas para a integração, com os sistemas de ERP já existentes, de soluções de MES (Manufacturing Execution Systems) que juntam o melhor de dois mundos. Esta sintonia de operações e do planeamento possibilita o aumento da dinâmica das empresas onde a troca de informação, em tempo real, entre a camada de negócios e a do chão-de-fabrica será usada no aumento da eficiência dos equipamentos (OEE – Overall Equipement Effectiveness), na redução do tempo de ciclo produtivo e no despertar para necessidades especificas e para subtis alterações que possam surgir, isto é, para a melhoria da tomada de decisão.
A Indústria 4.0 despertou a nossa mente para uma realidade mais tecnológica e para as mudanças profundas ao nível da produtividade, dos materiais e da manutenção, uma vez que as máquinas, outrora ilhas isolados, são dotadas de capacidades de comunicação entre si (M2M – Machine to Machine) e com os níveis de decisão. Esta mudança de paradigma assume, também ela, um papel importante na estrutura humana das instituições uma vez que será necessário desenvolver novas skills que tornem a integração de todos os departamentos numa realidade efetiva, facilitadora da comunicação interna e externa, quer com outras unidades industriais, quer com fornecedores e clientes, isto é, a globalização plena.
Adriano A. Santos
O dossier “O Sistema MES na Indústria 4.0” é composto pelos seguintes artigos:
- A importância de um software de gestão (de Manutenção)
- Alexandre Veríssimo Carvalho, Navaltik Management, Lda.
- As vantagens de utilizar a mentalidade e liderança Lean nos processos da Indústria 4.0
- Leila de Oliveira Duarte
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