Os recursos humanos das empresas do setor necessitam de rever as competências exigidas para cada profissão, não podendo continuar a contratar profissionais, baseados em perfis dos anos 70 e 80 do século passado. Urge desenhar e criar novos profissionais no ensino superior de engenharia e da formação profissional, que responda às necessidades do desenvolvimento tecnológico do setor metalomecânico.
A formação e a contratação de novos profissionais têm que ser algo mais científico. As empresas do setor devem ter afixado, junto a cada posto de trabalho, tabelas com as 10 principais competências de cada profissão e que serviria como um guia para delinear formações para cada profissional. Não podemos continuar a solicitar a cada profissional que seja ele a definir e a solicitar a formação a frequentar, tem de ser algo mais criterioso e científico, que muitas vezes não está ao alcance de cada um deles.
Os excelentes profissionais não podem continuar a aparecer por geração espontânea, o sistema tem que ser capaz de os criar e os desenvolver. Os recursos tecnológicos do setor não se irão alterar muito nos próximos 10, 15 anos, então o que nos resta nesta fase é fazer melhor, mais depressa, e sobretudo com muito melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.
O setor metalomecânico necessita de um plano de formação e de reconversão tecnológica dos seus profissionais, é muito importante que o setor se mentalize, que os recursos tecnológicos que tem aos seu dispor, necessitam de profissionais com um raciocínio lógico ajustado ao fabrico digital. Criar novos profissionais, baseado numa cultura dos anos 80, em que o importante era “mexer”, “mexer”, não se adequa atualmente à exigência do setor. Neste setor precisamos de saber fazer, “de mexer” sim, mas com muito critério. Não estamos numa época em que se possa desperdiçar recursos e sobretudo usar os equipamentos e tecnologia atual como se de equipamentos convencionais dos anos 70 e 80.
Todas as atividades do setor têm que ser pensadas e definidas de forma digital, a sua concretização não pode ser mais que uma mera tarefa de montagem de legos. Se continuamos a trabalhar no setor metalomecânico e acharmos que os sucessos das nossas tarefas dependem da sorte e do azar ou que não possível prever ou quantificar tudo então não vale a pena continuar a apostar em novos recursos tecnológicos. Apesar do setor ser muito físico, é claramente possível definir previamente, de forma digital, todo o percurso de fabrico e de montagem de qualquer componente ou equipamento.
A indústria metalomecânica precisa de resolver, de uma forma definitiva, alguns problemas que sempre existiram no setor, nomeadamente no fabrico de peças. Um dos problemas mais comuns, e talvez o que mais afeta a produtividade das empresas, é a definição das tolerâncias no desenho e a sua aplicação no fabrico. Como podemos resolver esse problema? Como podemos levar um departamento de desenho gerar desenhos com as tolerâncias ajustadas à funcionalidade da peça e aos custos de fabrico? E, por outro lado, como poderemos levar o setor de maquinação a executar peças, dentro das tolerâncias pretendidas, à primeira, sem cair numa rotina de executar peças por tentativa e erro, com custos brutais.
A digitalização do trabalho aproximou as profissões, e por isso, para se resolver de uma forma definitiva este problema, as empresas têm que ser capazes de organizar ações de formação conjuntas, com profissionais da área do desenho e da maquinação, em que pudessem ser debatidos, de forma efetiva, repito, de forma efetiva, os seguintes temas.
Américo Costa
Engenheiro Mecânico – FEUP
Departamento de Formação do CENFIM
americo.costa@cenfim.pt
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