Todos os processos de fabrico, usados na indústria metalomecânica, sobretudo os de arranque de apara, estão sujeitos a diferentes tipos de imprecisões e de limitações que impossibilita o fabrico de qualquer peça de forma exata de acordo com as cotas nominais estabelecidas.
Estas imprecisões, maiores ou menores consoante os processos de fabrico escolhidos, leva a que as dimensões finais de fabrico, para serem validadas, necessitem somente de ficar dentro de um intervalo, definido por uma dimensão máxima e mínima ou por desvios máximo e mínimo em relação à dimensão nominal. Qualquer dimensão de uma peça não precisa de corresponder a um único valor, mas sim estar dentro de um intervalo de valores que não compromete a sua funcionalidade pretendidana montagem. Estes intervalos, perfeitamente padronizados e criteriosamente definidos por diferentes normas, podem e devem ser selecionados pelos desenhadores/projetistas para que peças semelhantes possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de ajustes. A prática demonstra que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade ou a sua funcionalidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caraterizam o que chamamos de tolerância dimensional.
Os processos de fabrico, nomeadamente os processos por arranque de para, são servidos atualmente por equipamentos e ferramentas com extraordinária precisão e de com erros de repetibilidade muito inferiores aos requisitos de tolerância especificados nas peças. Tomando em consideração esta realidade torna-se um pouco incompreensível as diferentes operações de ajuste que é necessário executar na montagem de diferentes peças.
Américo Costa
Engenheiro Mecânico – FEUP
Departamento de Formação do CENFIM
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