A integração da robótica tornou-se mais do que um avanço tecnológico; é agora uma necessidade estratégica. É evidente que abraçar o poder da transformação digital é fundamental para avançarmos, mas manter as pessoas firmemente no centro das fábricas industriais do futuro é também uma necessidade absoluta.
Enquanto a Indústria 4.0 colocou as fábricas inteligentes no centro das atenções, a Indústria 5.0 vem acrescentar a vantagem do fator humano, com uma colaboração mais significativa e eficiente entre os seres humanos – máquinas e sistemas num ecossistema digital.
Desbloquear o poder da robótica industrial para otimizar a força de trabalho e conseguir eficiência sem precedentes
Segundo o novo Spotlight Paper da IDC, espera-se que o investimento mundial em soluções robóticas industriais cresça pelo menos 13% até 2027.
Por outro lado, a falta de talento é agora classificada pelos executivos como o principal fator que impulsiona a competitividade na indústria transformadora, e parece ter atingido um nível crítico. Por exemplo, o Manpower Group reportou recentemente que 75% das empresas do setor industrial estão atualmente a sofrer com a escassez de talentos; e a Korn Ferry concluiu que mais de 85 milhões de postos de trabalho podem ficar por preencher até 2030 porque não haverá colaboradores qualificados suficientes para eles.
Num momento em que as lacunas de competências crescentes e o envelhecimento da força de trabalho estão a criar desafios constantes para as empresas e ameaçam a economia global de forma significativa, como podem os robots atuar como um aliado estratégico e não como um substituto do trabalho humano?
Colaboração entre humanos e robots para atenuar a escassez, otimizar a força de trabalho e aumentar a eficiência
Quer seja no chão de fábrica, no departamento de logística ou até em ambientes perigosos, os robôs são ativos valiosos para simplificar as operações, colmatar a falta de competências, aumentar a eficiência operacional e energética e capacitar a força de trabalho existente. A poderosa parceria da colaboração entre os seres humanos e os robôs atuais muda completamente o jogo para as empresas de produção industrial, com benefícios que incluem: maior produtividade e transferência de tarefas, reforço das competências e da inovação, melhoria da segurança no local de trabalho e operações e manutenção simplificadas.
Ao combinar o poder das tecnologias digitais, como a análise de dados, o machine learning e os sistemas robóticos integrados, com a capacidade cognitiva dos colaboradores humanos, as empresas industriais podem também melhorar significativamente os seus níveis de eficiência operacional e energética:
- Operações eficientes em termos energéticos: os processos de produção industrial tradicionais são muitas vezes intensivos no consumo de energia. A robótica pode ser monitorizada e programada para um funcionamento eficiente em termos energéticos, reduzindo o consumo global de energia, os resíduos e o impacto ambiental. Ao associar a robótica a operadores altamente qualificados que tomam decisões com base em informações em tempo real, o consumo energético e a sustentabilidade podem ser otimizados como nunca.
- Fluxos de trabalho otimizados: os robots integram-se nos sistemas existentes e utilizam tecnologias como o machine learning, pelo que podem adaptar-se em tempo real para responder melhor às exigências dinâmicas da produção. Isto ajuda a manter um fluxo de trabalho fluido e eficiente, e também mais eficaz em termos de peças, matérias-primas e produtos acabados, o que se traduz em reduções globais dos custos operacionais.
- Melhor utilização de recursos e redução de resíduos: a robótica permite um controlo preciso dos processos e da utilização de materiais, resultando em menos erros e retrabalho, reduzindo o desperdício e otimizando a utilização de recursos. São transportados menos materiais, poupando mais custos e reduzindo a pegada de carbono.
- Maior retorno sobre o investimento (ROI): na modernização das operações para que se tornem inteligentes, a eficiência da robótica ajuda as empresas do setor industrial a recuperar mais rapidamente os custos de investimento. A sua implementação requer, normalmente, uma alteração mínima dos layouts de produção existentes e apresenta uma pegada mais pequena, tempo de configuração reduzido, custos operacionais mais baixos e integração facilitada nos sistemas existentes, o que ajuda a aumentar o ROI.
Alexandre Monteiro
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