O INEGI desenvolveu, em colaboração com parceiros europeus, um sistema para monitorizar em tempo real os níveis de stress dos trabalhadores durante a execução das suas tarefas laborais. A ferramenta, que faz a recolha de dados biométricos utilizando métodos não invasivos, permite obter uma visão global da linha de produção, identificar os potenciais pontos de stress e propor soluções para mitigá-los. Consequentemente, promove uma maior saúde e segurança no trabalho.
O Instituto colaborou no desenvolvimento do modelo de monitorização fisiológica dos trabalhadores. Para tal, foram aplicadas diferentes abordagens que permitiram analisar a intensidade do trabalho (usando a monitorização da frequência cardíaca), a intensidade da atividade (categorização da atividade física entre moderada a intensa) e o cálculo de calorias e taxas metabólicas. Os ensaios foram conduzidos em laboratório industrial e em ambientes de fabrico reais.
“Nas linhas de produção, os trabalhadores estão sujeitos a níveis elevados de stress, o que pode colocar em causa a segurança no trabalho, conduzir a acidentes de trabalho ou causar problemas de saúde. Os sinais biométricos são dados objetivos para estudar o nível de stress”, explica Nilza Ramião, responsável pelo projeto no INEGI.
Ferramenta contribui para monitorização da saúde e segurança no trabalho
Segundo os dados da Autoridade para as Condições de Trabalho, em 2022, ocorreram 705 acidentes de trabalho graves e 52 mortais em Portugal. Nilza Ramião sublinha que alguns destes sinistros poderão estar “relacionados com stress e fadiga” desencadeados por tarefas de produção e ambientes laborais.
A monitorização do stress sentido pelos trabalhadores promove a saúde e segurança no trabalho e pode traduzir-se em menos lesões, menores custos e menos absentismo.
“O setor industrial moderno enfrenta o dilema duplo de garantir o bem-estar dos trabalhadores ao mesmo tempo que maximiza a eficiência operacional. A solução que desenvolvemos, além da monitorização dos níveis de stress no trabalho, dá-nos conhecimento sobre a gestão de esforço nas empresas, a fadiga laboral e as dificuldades ergonómicas enfrentadas pelos trabalhadores em várias atividades”, refere a investigadora.
A realidade retratada pelos dados, acrescenta Nilza Ramião, conduz à implementação de regras de mitigação e “promove um ambiente de trabalho que favorece a produtividade e salvaguarde o bem-estar do trabalhador”. Uma abordagem que alie a segurança no trabalho industrial, a gestão de risco nas empresas e a saúde e segurança no trabalho é essencial para fomentar um ambiente de trabalho seguro.
O projeto No Stress Manufacturing, que terminou em dezembro de 2023, foi cofinanciado pela União Europeia através do programa EIT Manufacturing.
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