Nas últimas décadas, temos assistido a grandes transformações na economia portuguesa. A atividade económica, que durante o Estado Novo era dominada maioritariamente pelos setores da agricultura e da indústria, evoluiu desde então para assentar no setor dos serviços – uma realidade a que, de resto, assistimos não só em Portugal, mas na generalidade dos países europeus.
No entanto, o setor industrial continua a ter uma grande relevância na nossa economia, e tem-se modernizado através da adoção e incorporação de tecnologias cada vez mais sofisticadas. Com um volume de negócios de 102 077 milhões de euros em 2021, segundo dados do Banco de Portugal, o setor representa 19,7% do PIB e emprega mais de 600 mil pessoas. Contudo, num momento em que o panorama energético se complica devido à situação geopolítica da Europa, devemos ter em conta que a indústria consome mais energia do que qualquer outro setor.
Em Portugal, a indústria transformadora como um todo destaca-se como o principal consumidor de energia elétrica (34,1% do total, de acordo com a Pordata). Isto representa uma pegada ambiental significativa que precisa de ser reduzida. Como tal, o setor industrial deve fazer da descarbonização um objetivo prioritário e contribuir ativamente para o objetivo comum da neutralidade climática até 2050.
Eletrificação
Para além da pegada ambiental, os elevados custos da energia também estão a ter um impacto negativo e profundo no setor industrial – ao ponto de levar o Estado a conceder uma garantia de 31,5 milhões de euros ao Fundo de Contragarantia Mútuo para apoiar as empresas afetadas pelo aumento dos custos da energia e das matérias-primas.
Olga García
VP Industrial Automation Iberia
Schneider Electric
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