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UA desenvolve espumas 3D com cortiça

UA desenvolve espumas 3D com base na cortiça

É um ótimo isolante térmico, é flexível e fácil de produzir, e é mais uma forma de aproveitar a cortiça nacional…

Universidade de Aveiro
Tlm.: +351 911 106 724
nuno.gama@ua.pt

É um ótimo isolante térmico, é flexível e fácil de produzir, e é mais uma forma de aproveitar a cortiça nacional e de promover a economia circular. Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro (UA) produziu espumas para isolamento térmico com a ajuda da cortiça desperdiçada na produção de rolhas. A equipa conseguiu ainda o feito de produzir as revolucionárias espumas através da Impressão 3D. Outra das vantagens da utilização da cortiça, mais propriamente das sobras da produção de rolhas, é que com a utilização deste material aumentou-se a sustentabilidade e a flexibilidade das espumas, o que pode aumentar a gama de aplicações do material. E com o recurso à Impressão 3D a UA abre as portas à produção de espumas com estrutura celular na exata medida das necessidades.

Nuno Gama – o investigador responsável por este projeto nascido no Departamento de Química e no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA – explica que “sendo a cortiça um material isolante, a sua utilização na produção de espumas 3D de poliuretano [polímero utilizado na produção de vários materiais plásticos] tem a vantagem de ajudar no isolamento, obtendo-se valores de isolamento térmico idênticos às espumas convencionais.” A Impressão 3D apresenta diversas desvantagens relativamente às técnicas convencionais, como é o caso dos custos e tempos para a produção das espumas. E “com recurso a esta técnica, não é necessário a produção de protótipos sendo também possível construir peças com geometrias impossíveis de se obter com recurso a outras técnicas. É ainda possível produzir peças personalizadas.” Além de Nuno Gama, também os investigadores do CICECO Artur Ferreira e Ana Barros-Timmons participam neste projeto de uma equipa que tem uma larga experiência na produção de espumas de poliuretano, para serem utilizadas como isolantes térmicos, sempre a partir de recursos renováveis.

“Neste trabalho foi dado enfoco no isolamento térmico, mas o aumento da flexibilidade que a cortiça proporcionou, pode aumentar a gama de aplicações do material, como por exemplo na absorção de vibrações ou energia sonora”, esclarece Nuno Gama. O custo associado hoje à produção de espumas 3D torna inviável produzir painéis para o isolamento de habitações, mas com a diminuição dos custos associados à técnica, “poderá no futuro tornar viável a utilização destes materiais no isolamento de produtos com elevado valor acrescentado”.