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Uma realidade incontornável: a nova era da Mobilidade Inteligente e das Cidades Inteligentes

Num mundo cada vez mais urbano, mais de três quartos da população dos países desenvolvidos vivem em áreas urbanas…

Num mundo cada vez mais urbano, mais de três quartos da população dos países desenvolvidos vivem em áreas urbanas. Embora os níveis e as tendências da urbanização estejam próximos dos padrões globais de industrialização e de desenvolvimento económico, este crescimento urbano representa uma transformação notável quando comparada com a situação no início do século XX, em que apenas 13% da população vivia em áreas urbanas e havia apenas 16 cidades no mundo com pelo menos 1 milhão de pessoas.

O número de megacidades (isto é, cidades com 10 milhões de habitantes ou mais) quase triplicou desde 1990 e, em 2030, 41 novas aglomerações urbanas estão projetadas para acolher, pelo menos, 10 milhões de habitantes cada [2], representando 8,7% das pessoas no mundo [1]. Em 2016, das 31 megacidades mundiais, 24 localizavam-se nas regiões menos desenvolvidas ou no “Sul Global”. Só a China tinha 6 megacidades e a Índia 5.

Apesar do declínio previsto de quase 1 milhão de habitantes, espera-se que Tóquio (Japão) (Figura 1) continue a ser a maior cidade do mundo em 2030, seguida por Nova Deli (Índia), que deverá adicionar cerca de 10 milhões de pessoas entre 2016 e 2030, seguida por Shanghai (China), Mumbai (Índia) e São Paulo (Brasil) [1].

Viver nas cidades implica, cada vez mais, tempo gasto em transportes urbanos. Em especial, nas cidades de maior dimensão, a deslocação para o trabalho tornou-se um verdadeiro desafio da vida quotidiana (Figura 2). Atualmente, as questões inerentes à mobilidade urbana têm assumido grande destaque, principalmente devido ao crescente caos urbano observado em várias cidades em que os investimentos nos transportes públicos e infraestruturas de apoio à mobilidade foram insuficientes.

Susana C. F. Fernandes
Coordenadora e docente do Curso Técnico Superior Profissional em Design e Inovação Industrial do Instituto Politécnico da Maia – IPMAIA
Docente na Licenciatura de Engenharia Mecânica no Instituto Superior de Engenharia do Porto – ISEP
Investigadora no LAETA – Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica – FEUP

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