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APLICAÇÃO DE EXOESQUELETOS EM REABILITAÇÃO APÓS LESÃO DA MEDULA ESPINHAL

Utilização de exoesqueletos em ambiente biomédico – 3.ª Parte [Lesão da Medula Espinhal]

Fundamentos de robótica e biónica.

Aplicação de exoesqueletos em reabilitação após lesão da medula espinhal

A Lesão da Medula Espinhal (LME) é um distúrbio médico que apresenta várias potenciais consequências relacionadas com a saúde. As possíveis sequelas de mobilidade reduzida após LME incluem problemas cardiovasculares, respiratórios, músculo-esqueléticos e metabólicos, assim como intestino e bexiga neurogenicos[a,b], espasticidade[c], dor neuropatica[d] e outras complicações.

Desta forma, a LME pode ser um evento dramático e alterar significativamente a vida do indivíduo uma vez que afeta a expectativa de vida, o bem-estar financeiro, as perspetivas sociais e a qualidade de vida em geral. A LME resulta geralmente numa incapacidade completa ou limitação significativa da capacidade de andar, exigindo o uso de cadeiras de rodas elétricas ou manuais ou outros dispositivos auxiliares na mobilidade.

Aproximadamente 70% das pessoas com Lesão da Medula Espinhal utilizam uma cadeira de rodas como principal meio de mobilidade, o que limita o acesso à comunidade em geral e reduz a capacidade e a probabilidade de praticar atividade física. Tendo em consideração essas limitações de mobilidade, as tecnologias exoesqueléticas foram desenvolvidas com o objetivo de as melhorar [36].

Classificação da Lesão da Medula Espinhal

A LME é normalmente classificada de acordo com o sistema ISNCSCI (International Standards for Neurological Classification of Spinal Cord Injury). Este sistema utiliza a escala AIS (Impairment Scale) da ASIA (American Spinal Injury Association). Recorrendo à escala AIS, os indivíduos podem ter uma LME completa (AIS A) ou incompleta (AIS B-E). Na lesão completa da medula espinhal (AIS A), o sujeito perde as funções sensorial e motora nos segmentos medulares abaixo da lesão, incluindo nos segmentos sacrais[e] 4 e 5. Na lesão incompleta AIS B, a função sensorial é preservada nos segmentos sacrais, mas existe perda da função motora abaixo do nível neurológico[f] da lesão. A lesão AIS C é uma lesão sensorial e motora incompleta em que mais de metade dos músculos abaixo do local da lesão apresentam uma classificação inferior a 3 em 5 no teste muscular manual (isto significa que apesar de existir contração muscular, os músculos não são capazes de vencer a gravidade). A lesão AIS D é também uma lesão sensorial e motora incompleta mas com pelo menos metade dos músculos abaixo do nível neurológico com classificação igual ou superior a 3 (o que significa que os músculos vencem a gravidade). Na lesão AIS E, o indivíduo apresenta funções sensorial e motora normais apesar da espasticidade ainda poder estar presente [36, 37].

João Nunes, Mariana Moreira, Rafaela Antunes, Rita Mendes
Supervisão: J. Norberto Pires
Universidade de Coimbra

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